segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Exercícios


Sábado de descansar a cabeça e o corpo, Adriana não fez absolutamente nada além do básico dormir, comer e ler. O calor impossibilitou todo o resto. Domingo ela pretende combater a prostração.

Na TV, tá rolando o primeiro Grand Slam da temporada, o Aberto da Austrália. Ela gosta de tênis desde antes do fenômeno Guga, lembra dos jogos do Bjorn Borg, dele erguendo taças em Wimbledon, e, principalmente, daquela bandana branca na cabeça. Ele deve ter sido um dos primeiros símbolos sexuais da vida de Adriana, que achava o sueco parecido com o irmão, sua grande referência masculina na infância.

Adriana também jogava tênis com o filho e o ex-marido, este também um aficionado pelo esporte, desde que os jogos sejam femininos e, de preferência, com a Sharapova. Ela nunca conseguiu ganhar de nenhum dos dois, mas aquele saiote sempre garantia novos jogos mais tarde.

Além do exibicionismo do bem de suas pernas, o tênis lhe rendeu uma lesão no ombro, um pouco de cultura inútil, acrescentou mais uns dois ou três nomes à sua lista de desejos platônicos e desafiou sua falta método. O foco é tudo, dizem ganhadores, perdedores, espectadores e aqueles que não se enquadram em nenhuma destas categorias. Tá na hora de exercitar.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Onda zen



Depois da onda pesada, a onda zen. Hoje, esta frase não saiu da cabeça de Flávia. Há um ano, bem por esta época, minha amiga estava prestes a enfrentar um terremoto existencial grau 11 na escala Richter. Não restou pedra sob pedra, mas Flávia sobreviveu sem precisar abrir mão daquilo que, para ela, é essencial. Foi bom passar pela dor com dignidade. A dor mostrando algo de bom, a enxergar no escuro. Avante!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Desde o fim até o começo



Ele não estava preparado para e verdade, ela para a mentira. As consequências desta diferença eram visíveis (pelo menos pra ela) no comportamento dela. Mas Laura não quer escrever sobre isto. Ela tem medo de escolher as palavras erradas e ser mal interpretada. E ela não quer ser interpretada, ainda mais mal interpretada.

Pra disfarçar, Laura relê umas coisas antigas que escreveu antes de reencontrar Matias e uma certa angústia voltar a fazer parte da sua vida. Laura não quer pensar nisto; acha que sentir angústia e não sentir angústia são sensações normais da vida. Liga a TV, acende um cigarro, cogita abrir uma cerveja, conferir o facebook, anunciar que está de volta no twitter, publicar fotos, ver fotos antes de publicá-las...

Justiça seja feita, Matias tem feito de Laura a mulher mais feliz do mundo, apesar de Laura não acreditar em felicidade. Depois de um baseado, ela amolece e concede; afinal, o amor não é tão ruim assim.