segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bel

Um amigo meu disse, assim como se fosse a coisa mais normal do mundo, que já tinha transado com umas 200 mulheres. Contei pra Bel e ela ficou apavorada. 200 é mina pra caralho.

Bel me disse que um ex-namorado dela fez uma lista de todas as mulheres que comeu. Um dia, ela encontrou um papel amassado, no fundo de uma gaveta. Pegou, achando que era lixo, mas era uma folha com um monte de nomes de mulher. Ela chegou a pensar que era uma lista de convidadas pra uma festa porque o nome da sua irmã estava escrito no papel.

Depois ela ligou nexo com sexo e viu que o ex-namorado tinha transado com quase todas as mulheres que ela conhecia e com mais um monte que ela não conhecia. Mas o pior veio quando ela falou com a irmã, que disse que nunca ia esquecer aquela trepada porque foi o único homem que a comeu em pé.

Bel não transou com 200 homens e entre as posições verticais e horizontais prefere a segunda opção. Só não precisa começar pelo pé, mas também pode.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Moreno jumbo II

- Tu tens problema de inspiração?
-Não
-E de auto-estima?
-Também não

Irene estranhou as perguntas, mas respondeu com a sinceridade habitual. Afinal, estes problemas ela deixou lá atrás.

Era uma oficina literária, mas funcionava como um tipo de terapia em grupo. O desafio era ser anti-clichê o que, vamos combinar, é outro baita clichê. Adepta da filosofia que lá tá que lateje, Irene resolveu ser totalmente clichê o que, também vamos combinar, não deixa de ser anti-clichê.

Lá pelas tantas, o coordenador da oficina falou que escrever que mulher gosta de pau duro é clichê. Irene ficou preocupada; pelo rumo da conversa a próxima afirmação seria que homem ficar de pau duro é clichê. Bem, aí não ia bastar discordar. Irene ia ser obrigada a se retirar.

Tudo isto porque Irene anda fantasiando com o moreno jumbo que come a sua empregada. Mais especificamente com o jumbo do moreno. Feliz da Rose que não sabe o que é clichê.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Moreno jumbo

A empregada de Irene gostava de contar vantagem quando conversavam. Ao ver que minha amiga estava sem transar há um tempão, ela disparava a falar do moreno jumbo que a esperava em casa todas as noites.

Irene começou a fantasiar com o tal moreno. Imaginava o jumbo do cara, que devia ser um senhor jumbo, a julgar pela expressão de felicidade que sua empregada trazia nos olhos todas as manhãs.

Irene começou a achar que todas as mulheres deveriam desfrutar daquele moreno jumbo. Rose, a sua empregada, ganhava pouco, trabalhava muito, tinha quatro filhos pequenos, morava longe, pegava dois ônibus e mais o trem para chegar no trabalho, quando chovia a sua rua virava um lamaçal, mas nada disso parecia ter a mínima importância. Seu moreno jambo, além de tudo, era um jumbo.

Mulher bem comida é mulher feliz. O resto é o resto.

domingo, 16 de agosto de 2009

Na tua vibe

Depois de seis horas em todas as vibes, de mais duas descendo a serra na escuridão, fora as duas subindo, chegou o momento da nossa vibe. Valeu a pena esperar.

Nanda passou o domingo mole, na cama, só pensando na noite maravilhosa. Cérebro e corpo à beira da exaustão. A perna dele em cima da perna dela depois. A mão dele no meio das pernas dela antes; a mão dele segurando as coxas, os quadris e o bico do seio dela durante.

O dia tá no fim e aquela sensação de conforto pós-orgasmo ainda a acompanha misturada com a vontade de começar tudo de novo. Só na vibe.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vontade pela décima vez

A TPM deve estar chegando. Afinal, recém são 11 horas da manhã e Mel já está nervosa. Ela sabe que não é culpa da TPM; esta ansiedade tem outra razão. E parece que, desta vez, a ginástica não vai resolver.

Mel já fez de tudo pra desarmar o cara. Literalmente, dançou e cantou. Escreveu. Falou. Olhou. Convidou... deu, quer dar, quer ficar dando o dia inteiro, passa o tempo todo pensando em dar... e o cara... a duvidar? a pensar? a se afastar?

Quanta incompetência, minha amiga!

sábado, 8 de agosto de 2009

Bip

Seis e meia da manhã. Daniela acorda com o bip de mensagem no celular e percebe que aquele barulho tá tocando há um tempão, já fazia parte do sono. Procura o óculos, acha o telefone e encontra duas, não uma só mensagem.

Te amo, diz a primera. Tô com medo, diz a segunda. Ou ao contrário, não importa. Ela fica feliz. E com medo também.

Daniela tem pouca disposição para o amor, o verdadeiro. Se ela for rigorosa, a última vez em que se apaixonou foi há uns 20 anos, talvez até mais. Se ela tiver num momento mais romântico, pode achar que foi há dez. Tudo lá atrás.

Minha amiga vive dizendo que acha que nunca mais vai se apaixonar na vida. Se ela estiver num momento mais radical, diz mesmo que não acredita (mais)no amor. As pessoas entram e saem da vida dela e tudo continua igual. Até que um louco chegou fazendo tumulto.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

No estúdio

Vivi não sabia que cantar era tão afrodisíaco. Ela sempre gostou de cantar em casa, no carro, na rua, em festas, no karaokê, mas nunca tinha sido assim como ontem, ela seduzindo um homem descaradamente.

Um homem difícil, diga-se de passagem. Interessado e arredio. Insinuante e reservado. Inteligente e anárquico. Sexy e exaltado. Nervoso, gostoso e delicado. Original. E real.

domingo, 2 de agosto de 2009

De ladinho

Gisele, aquela que queria fazer sexo pelo computador, nem acreditou quando o cara disse que gostava de transar de ladinho. Pra completar, o cara disse que a última namorada dele, no dia da briga final, reclamou que ele nunca tinha pegado de verdade. Ele não entendeu e a namorada explicou que esperava um momento assim, pendurada no lustre de cabeça pra baixo.

Gisele já andava se achando um ET por se recusar a participar destes rituais e de repente estava transando com um cara que também cansou de trepar encenando.

Gisele não encontrou este cara que combina com ela na internet. Eles se conhecem há mais de 20 anos. Já foram casados com pessoas que foram casadas, já cuidaram das mesmas crianças, foram vizinhos, têm amigos em comum, frequentaram as mesmas festas. Mas nada de sexo.

Será que eles eram a fim de transar faz tempo? Ela confessa que já tinha pensado nisto, mas tudo o que aconteceu lá atrás funcionava como um limite para não ir em frente. Agora, ela vê um outro lado da coisa. Pensa que tudo o que aconteceu lá atrás é o que junta eles pra tudo que pode acontecer daqui pra frente.