quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Off

Estes últimos posts eu tinha escrito mas não publicado. Estavam na ou no pendrive. Boto todos ao mesmo tempo agora. Não quero entrar 2009 com estas histórias encalhadas.

Fogos

Vejo na TV as notícias sobre o maior revellion do mundo e penso que estava lá hoje de manhã. A complexidade das relações humanas me trouxe de volta a Porto Alegre. Não estou reclamando. Pelo menos vou estar perto do meu filho e de outras pessoas legais.

Fico pensando no ano que está acabando; pra mim um ano importante, onde fiz várias coisas que eu queria, ou melhor, talvez só tenha feito as coisas que eu queria. Se isto for verdade, eu realmente sou uma pessoa de muita sorte. Vamos aos fogos!

Vento

O vento traz os maus espíritos. Se não é isso, é mais ou menos isso que diz ou pensa um personagem do livro que estou lendo. Na mesma hora me vem à cabeça que eu detesto vento. Ventilador, então, eu odeio. Qualquer ventania em cima de mim eu fujo em pouco tempo. Será que isso é uma forma de, naturalmente, me proteger do lado escuro da força?

Gosto

Chego em casa zonza, dando bandeira pros guardinhas, penso. Admito o excesso de champanhe nos últimos dias e resolvo tomar um café. Mal boto a água pra ferver, uma amiga minha liga. A mulher tá transbordando de felicidade. Hoje foi seu último dia trabalho, tem pela frente uns 40 dias de férias – emendando todos os feriados – a casa tá brilhando, amanhã é Natal e ela planeja fazer um filé de salmão com camarão e alcaparras e ela acabou de voltar de um motel onde estava trepando com um homem que ela gosta e gosta de transar e gosta de conversar e gosta de olhar.

Fogo

O fogo espanta os maus espíritos. Se não é isso, é mais ou menos isso que diz ou pensa um personagem do livro que estou lendo. Na mesma hora me vem à cabeça que eu tenho sorte; eu adoro estar do lado do fogo, colocar lenha na fogueira, me misturar com fogo. Será que por isso eu estou, naturalmente, protegida das forças do mal?

Felicidade

Chego em casa feliz e lembro que há anos não escrevo nada. Não é por falta de vontade. É falta de organização, mesmo. Chega de noite e acabo vendo tv, lendo besteira, lendo coisa legal, me obrigando a dar uma mínima geral na casa, me atirando, simplesmente. E botar alguma coisa no blog acaba sempre pra depois.

Só que amanhã eu não trabalho e hoje encontrei amigos de uma vida, a gente comemorou uma data importante, eu terminei um trabalho que nasceu e permaneceu truncado, vou entrar em férias daqui a pouquíssimos dias, acabei de voltar de Buenos Aires e vou passar o Ano Novo no Rio, consegui abrir a última mala fechada desde que eu me mudei, tá rolando uma grana extra em pleno dezembro, eu vi o show da Madonna e o melhor, eu só volto a trabalhar dia 3 de fevereiro. Tudo isto é tão bom que esqueço que eu tô absolutamente cansada e abro o computador.

domingo, 2 de novembro de 2008

Símbolo

Bah, faz um tempão que não escrevo nada, não por falta de assunto, mas por excesso, talvez. É tanta coisa que acontece que fica difícil dar uma parada, uma concentrada e contar para os outros. Também, nem sempre os outros se interessam pelo que está acontecendo com a gente. Ainda bem.

Eu me interesso cada vez menos pelo que está acontecendo com os outros. Fiquei mais egoísta com tempo. Eu sempre fui uma pessoa generosa e recebi muito também. Mas, de uns tempos pra cá, esta proporção ficou hiper desequilibrada e eu só dou. (Ainda bem) (Não é bem asim!)Não é que eu não me interesse, mas eu reduzi drasticamente o número de pessoas com quem eu tenho esta preocupação.

Já estou na minha casa nova, agora só com o Caio. É a primeira vez, em 20 anos, que moro só com mais uma pessoa. Era sempre aquele monte de gente. O crescimento dos filhos ajuda neste sentimento de maior individualismo.

Comigo, houve este problema; os meus filhos pararam de me demandar tanto e outras pessoas não, umas até aumentaram a exigência.

Esta casa é, pra mim,o símbolo do começo desta nova fase.

domingo, 28 de setembro de 2008

Vinte e nove

Daqui a pouco é 29 de setembro e eu vou me mudar. Essa noite é a última que durmo neste apartamento. Nos últimos treze anos, foi aqui que eu dormi a grande maioria das vezes.

Eu desconfiava, mas arrumando as coisas da mudança confirmei. Encontrei o convite do meu casamento com o André que, há 24 anos, foi no dia 29 de setembro. E no dia 29 de setembro de 2002 eu me separei do Tarson.

Provavelmente uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas talvez as mudanças mais importantes da minha vida tenham ocorrido neste data. E amanhã é dia de encarar mais uma.

Algumas amigas se ofereceram para me ajudar. Eu nem sei por que, mas quis fazer tudo sozinha, mesmo sabendo que, se eu aceitasse uma força, o trabalho de encaixotar e enrolar as coisas seria mais rápido e menos cansativo. O óbvio.

Agora, eu tô tri cansada, mas em paz. Será uma boa última noite.

domingo, 21 de setembro de 2008

Família é foda

Mariana

Porto Alegre Calling – Londres, pra que te quero?

Podem invejar! Conheci a Amy Winehouse brasileira: Mas claro, numa versão socialmente melhorada, musicalmente mais abrangente, com o mesmo visual sexy porém não junkie e com uma voz que não desafina nunca – nem em Let it Be. E que quebrou o mito que por muitos anos construí a respeito de namoradas de roqueiros.

Ao ouvir a voz e contemplar o visual da Mariana Martinez ontem no Cult Bar (ali do lado do Parcão – um amor, por sinal), namorada do guitarrista da banda Identidade, descobri que quem namora roqueiro, e no caso – roqueirA, é ele.

E Londres, pra que te quero? Se posso ouvir Mari Martinez cantando Beatles e Stones, "derrentendo torrões de açúcar" num barzinho mais do que cult? Colocou Marianne Faithfull no chinelo. (Tomara que as groupies agora tenham nova inspiração, porque a nova geração de namorada de roqueiro é roqueira também e deu um fim aos relacionamentos superficiais).

Mariana Martinez. Logo, indicação do seu LastFM.Quero mais. As músicas próprias principalmente.

[Foto: "Trabalho demais pra me enfeitar" - em visual nerd, pra ser levada a sério.]

Comentário da Gabriela, amiga da Mariana sobre show da Mari e do Cabelo, quinta-feira passada.

sábado, 13 de setembro de 2008

Fora da casa

Não sei direito que horas são. Só sei que é tarde e eu tô podre. Acabo de chegar de uma festa, do aniversário de uma amiga minha. Lá, ouvi uma história que daria um bom curta. E, mesmo cansada, não resisti e abri o computador para registrá-la.

Uma amiga tomou duas, talvez três, cervejinhas em lata e ficou um pouco mais do que alegrinha. Quando chegou em casa, não encontrou chave. Botou a bolsa abaixo e nada. Mas o acaso deu uma força e um amigo que ela tinha saído umas vezes ligou quando ela tava sentada na frente da porta, com tudo que tinha dentro da bolsa no chão, pensando em ir para um hotel. O convite pra ir pra casa do cara não podia ser mais apropriado. Ela pegou o carro e foi.

Cinco minutos depois que ela chegou na casa do amigo eles já tinham transado e o celular do cara não tinha parado de tocar. O convencional também. Meio zonza, ela disse para ele atender. Ela já tava meio sonada quando o amigo disse que era uma amiga dele que tinha deixado a chave da casa dela com ele porque iria viajar. Só que a guria não tinha ido viajar e queria a chave pra poder entrar em casa. Quase dormindo, minha amiga perguntou se poderia dormir ali. A resposta - sim - ela nem ouviu; já tava ferrada no sono.

Quando ela acordou, viu que estava sozinha na casa. Pegou o celular para ver as horas e viu que tinha uma mensagem do cara dizendo que ia ficar na casa da outra amiga e que, quando ela fosse embora, só encostasse a porta.

Ela pensou na coincidência que fez este cara encontrar duas mulheres sem chave na mesma noite e começou a se arrumar para ir embora. Era bem cedo, nem 7 da manhã, e ela pensou que a porta do edifício deveria estar trancada. Desceu, conferiu e, realmente, a porta da frente tava chaveada. Ela não teve outra alternativa. Pegou a chave que estava na porta do ap e foi embora. Antes, deixou um bilhete para o amigo contando que tava com a chave dele e pedindo que ele ligasse para que ela pudesse devolver a chave. Que confusão.

Às duas da tarde o cara ligou. Ainda não tinha chegado em casa e queria saber se minha amiga estava bem e se ainda estava lá. Ela falou que teve que levar a chave dele e que queria devolver. Ele disse que tudo bem, que tinha uma cópia, que qualquer dia ela faz a devolução.

Todo mundo fora da (de) casa.

domingo, 7 de setembro de 2008

Jovens

Final de domingo. Um frio do caralho e eu tenho que terminar um trabalho. Tomo um café que podia estar mais quente e vou direto para o computador. Mas uma amigia minha liga e me disperso.

Ela tá saindo com um cara totalmente diferente dos caras que ela saiu e sai ultimamente. Um cara chique, bonito, inteligente, sofisticado. Como todo cara assim, meio metido, meio... bem, a gente não precisa entrar em tantos detalhes.

O sexo com o cara é legal e tem potencial. O problema é que o cara gosta de jovens. E minha amiga já passou dos 40 faz um tempinho. Minha amiga entende a atração do cara pelas pessoas que ainda não chegaram aos 30 ou estão longe disso.

Ela própria tem casos com homens de 20 e poucos anos. Mas ela não entende porque homens de 20 e poucos anos querem transar com ela. Não entende, mas aproveita que, nesta fase, não tem meio mole, meio duro.

Eu conheci o cara. Realmente, é um homem que chama a atenção. Charmoso, bonito. Digo pra minha amiga aproveitar. Brincando, digo pra ela mostrar pra ele o que as coroas têm. Mas sem muita convicção, admito.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Imaginação

Outro dia de chuva torrencial. O dia inteiro. Acho que só saiu de casa quem realmente precisava sair. Eu estou neste grupo.

Contra minha vontade, saí cedo, com um monte de coisas a fazer no decorrer do dia. Trabalho, papéis a receber, a entregar, a guardar, a botar fora. Muita coisa pra botar fora por causa da mudança que se aproxima.

Tento imaginar como será na nova casa. O legal é que sempre tenho uma boa impressão. No fundo, acho que sou uma pessoa com sorte. No mínimo, uma pessoa que acredita ser uma pessoa com sorte. Em último caso, uma pessoa que quer acreditar que é uma pessoa com sorte.

O nosso azar foi a nossa sorte, me disse uma vez o meu irmão, falando da nossa força. Umas pessoas acreditam que é uma fragilidade disfarçada de força. Eu prefiro pensar que é força. E, geralmente, tenho boa intuição.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Chima

Chove lá fora e eu, graças a deus, tô aqui no meu quarto, salva deste tempo horrível. (bah, bem agora o inter fez um gol). O meu quarto. o quatro que eu ocupo há muitos anos.

Eu moro neste apartamento há 13 anos. Ele tem três quartos e eu já ocupei todos os eles. A velha necessidade de mudar praticada entre quatro paredes.

Ontem eu dei a entrada no novo apartamento em que vou morar com o Caio. É um ap muito legal, onde vou poder tomar muito sol. Desta vez, não tem jeito, vou ter que aprender a fazer chimarrão. O meu futuro terraço pede um chima na tardinha.

sábado, 16 de agosto de 2008

Focada

Aproveito o silêncio, a solidão e o sábado de lua cheia para um pequeno post. Nesses últimos dias, estava impossível escrever qualquer coisa. Eu tive que concentrar toda energia em reagir e se eu parasse para divagar poderia me desfocar. Agora, as coisas estão mais calmas, pelo menos encaminhadas, e aí eu me sinto mais à vontade em comentá-las.

sábado, 2 de agosto de 2008

Recomeçar

Acabo de voltar de uma imobiliária, onde assinei a venda do apartamento onde eu vivo há 13 anos. Aqui, tive várias famílias. Primeiro, eu, o meu marido e nossos três filhos; uma minha, um dele e um nosso. Depois, com a separação, ele saiu e fiquei eu e as três crianças. Depois, quando ele alugou um ap, o filho dele foi embora e fiquei eu e meus dois filhos. Aí, o namorado da minha filha veio morar com a gente e foi assim por uns cinco anos. Há dois ou três meses, minha filha e o namorado foram morar sozinhos; ficamos eu e o meu filho. Agora, nós dois vamos embora também.

Não foi fácil conseguir sair daqui. Aliás, não está sendo fácil. Meu filho está nitidamente contrariado; acho que ele até está sofrendo. Tomara que seja um sofrimento educativo. Acho que talvez, pela primeira vez na vida, ele esteja experimentando um sentimento de perda. Mas não existe alternativa a não ser aprender a lidar com isto.

Na idade dele, eu já tinha tido várias perdas reais. Talvez a maneira como eu me relacionei com esta situação tenha trazido mais perdas ainda. Mas eu tenho certeza que na grande maioria das vezes sempre fiz o que eu achava correto.

Meu filho não está gostando, mas eu tô me sentindo aliviada. A simbologia de deixar este lugar tem um efeito positivo sobre mim. Eu quero mudar, eu quero acabar, eu quero encerrar, eu quero recomeçar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Justiça

Ligo a TV e dá direto num programa sobre traição. Ah, este tema logo hoje que uma amiga ligou pedindo um conselho sobre um caso que envolve muitas traições. Não só as clássicas traições sexuais, mas traições emocionais, financeiras, familiares; a traição da confiança.

A falta de sinceridade sempre me incomodou. Não é por moralismo, mas é foda não poder confiar em alguém. Minha amiga foi casada por 12, 13 anos. Depois de separada, continuou tendo um caso com o ex-marido por seis anos. Antes de casarem, eles já tinham uma história há algum tempo. O caso, então, tem mais de 20 anos.

O ex-marido da minha amiga dizia que era homem mais fiel do mundo; minha amiga acreditava. Ele jurava que ela nunca tinha tido namorado ou marido mais fiel; ela acreditava. Ele garantia que, se ele traísse, ela seria a primeira a saber. Ela acreditava.

Quando veio à tona que o cara tava mentindo quando reafirmava sua honestidade, eles se separaram. Nos últimos seis anos, certamente minha amiga transou mais com o ex-marido do que com qualquer homem. Ele continuou traindo a sua confiança. A direferança é que, agora, ela se considerava preparada para qualquer coisa. Até para as mentiras dele.

Agora, ele acusa ela de estar traindo ele por causa de dinheiro. Ela admite que o que ele pede é justo. Mas pensa se seria justo ser justa com quem não foi justo com ela. Ela tem dilemas éticos sobre justiça. Ele disse que está cagando para o que ela sente. Ela, finalmente, se sente livre deste homem.

Agora ele sabe como é brutal o sentimento de ser traído logo por quem a gente mais confia.
Ela não acha justo com ela, mas vai dar o que ele está pedindo. Não tudo, para ser justo no final das contas.

domingo, 27 de julho de 2008

Gravidade

O tsunami, hoje, tá forte. Muita gente me falando muita coisa que a vale a pena ser comentada. Uma amiga minha me contou que hoje ela resolveu passar um domingo diferente dos últimos.

Realmente, o dia começou diferente. Às 10 horas da manhã, ela estava em uma das academias mais chiques da cidade com seis amigas/colegas para ensaiar uma coreografia que o grupo vai apresentar em um dos festivais de dança mais tradicionais da cidade. Só isto já foi uma coisa totalmente diferente.

Depois, ela foi almoçar com a filha num lugar perto da casa delas. A filha viu na fila do bifê; ela viu na mesa, mas as duas notaram um cara que tava almoçando sozinho. No final do almoço, a mãe disse que ia dar o telefone para o cara. A filha incentivou e ela foi: chegou na mesa do cara, deu oi, disse que ele era muito bonito e deu o telefone pra ele. O cara riu, riu não, gargalhou, e ela foi embora rindo também.

O cara ligou depois, combinaram um cinema, foram ver Batman. Lá pelas tantas, o Coringa diz que a loucura é que nem a gravidade, basta dar uma empurradinha. Minha amiga pensa que hoje deu esta forcinha. E que valeu a pena. Nem sempre arriscar é ruim.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Necessidades

Eu não sei se já falei sobre isto, mas tenho necessidade de mudança. Na impossibilidade de fazer mudanças radicais, faço umas provisórias para acalmar a urgência de mudar.

Bah, hoje eu ouvi uma história muito engraçada envolvendo mulheres e homens. Uma amiga minha contou que recebeu um email de uma conhecida que, diante do grande números de gays que estava encontrando na noite, queria avisar que também gostava de dar o cú. Minha amiga riu horrores do caso e pensou que se precisasse dar o cú cada vez que quisesse transar, preferia a castidade.

Uma outra amiga minha me contou outra história curiosa sobre sexo anal. Uma conhecida dela, que ainda espera casar, ter filhos e ter um homem apaixonado com o qual possa passar o resto da vida, resolveu que enquanto isto não acontecer ela só vai transar anal. Eu não sei se vocês estão entendo bem, mas esta mulher está guardando a perereca para um grande amor. Enquanto isto, ela vai dando o cú. Minha amiga pensou que com ela é exatamente ao contrário. Ela só cogita sexo anal com amor. E, mesmo assim, não é suficiente. Tem que ter champanhe e outros estimulantes.

E eu ainda tenho a pretensão que achar que entendo as pessoas e as suas necessidades.

sábado, 12 de julho de 2008

Off-line

Passei o dia off-line como dizem os meus colegas digitais. Eu tava precisando ficar assim, ausente do mundo por um tempo. Foi bom, estou me sentindo meio recuperada do desgaste físico e emocional dos últimos dias.

Eu vi que a Mariana fez um comentário no último post. É uma filha maravilhosa, se é que todas as coisas legais da Mariana cabem em uma palavra. Falar bem da Mari é quase um ato narcísico; eu acho ela igual a mim. Só que muito melhor.

Amanhã pretendo voltar à realidade, sair de casa (da cama, já seria um avanço) e fazer algumas coisas que a gente faz aos domingos - encontrar os amigos, dar uma ajeitada na casa, pegar um sol, um cineminha. Faz tempo que eu não vou ao cinema. Nem sei por quê. Preguiça e falta de dinheiro, eu acho.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Titanic

Eu ia começar a escrever direto, mas antes resolvi ler o que tinha escrito a última vez antes. Vi que o que eu ia escrever era quase a mesma coisa que eu tinha escrito naquele dia que nem sei qual foi. Mas sei lá, isto deve ser um sintoma de que eu realmente estou com vontade de encerrar coisas. Ou talvez, mais que vontade, eu esteja com necessidade.

Hoje eu passei por uma situação de sofrimento. Isto é raro; com o tempo eu criei imunidade a este sentimento. Mas hoje a imunidade baixou. E ele atacou. Aí eu fico me perguntado por que, mas por que meu deus que eu me submeto a estas situações que desde o início eu sei como vão acabar?

Um amigo meu dizia uma frase que é um exemplo vivo desta situação: "o titanic sempre afunda; a gente pode ver o filme quantas vezes quiser, torcer desesperadamente por um final diferente, mas ele afunda, não tem jeito.

Hoje eu também tive medo e tive que lutar para controlar o medo, não deixar a ansiedade tomar conta.

Ainda não sei se consegui. Mas, agora, uns minutos depois deste desabafo, acho que sim.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Encerrar

Graças a deus chegou a sexta-feira. E hoje não é uma sexta normal. Além de encerrar a semana, eu também acabei um trabalho que eu estava fazendo desde final de fevereiro e no qual eu fui obrigada a me envolver mais do que gostaria. Hoje também encerrou uma fase importante da minha incipiente carreira de bailarina. A gente se apresentou. Foi só uma palhinha, não uma apresentação assim, uma brastemp, mais rolou "um ensaio público", digamos assim.

Talvez, outras coisas tenham encerrarado hoje. A minha paciência com um cara, por exemplo. E mais outra: a minha paciência com outro cara.

E olha que eu tenho um paciência de jó. Eu tenho facilidade pra entender as pessoas. Se tivesse dinheiro para pagar uma faculdade - bem, eu não tenho as menores condições psicólogicas pra estudar para passar na Ufrgs - eu ia cursar psicologia, talvez encerrando a vida de jornalista.

Mas, pensando bem, eu não sei se seria uma psicóloga. Eu tenho dom para entender as pessoas, mas acho que, às vezes, as pessoas não estão a fim de serem compreendidas. Elas querem ser colocadas contra a parede, ouvir um não. E eu tenho muita dificuldade em dizer não.

Talvez esta seja a próxima coisa que eu tenha que encerrar na minha vida.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ajuda

Tem acontecido muita coisa na minha vida. Eu tenho vontade de escrever sobre elas, mas nem sempre tenho tempo ou saco pra abrir o computador, ligar, esperar carregar, encontar a rede, reconectar se a rede demorar. Às vezes a vontade passa.

Muitos amigos e conhecidos têm me me contado histórias que valem a pena ser contadas, principalmentre se a gente quer otimizar a solidão do início da noite de sexta-feira. Solidão não; o meu filho tá no quarto dele deitado. Ele passou o dia meio doente e eu passei o dia em volta dele.

Um amigo de um amigo meu meu, jovem ainda, passa o dia inteiro reclamando. Ou da mulher, ou da faculdade, ou do trabalho, ou dos colegas da faculdade e do trabalho, da mãe, do irmão. E o pior, quando o cara já reclamou de tudo, ele liga para algum 0800 e aí deu, a irritação vai ao ápice. Às vezes, pra arrematar, ele liga pra outro 0800, desta vez para fazer reclamações eu nome da mulher. É nítido que o cara tá passando por uma crise; que está fazendo um pedido de ajuda.

Mas qual a maneira certa de ajudar alguém?

Eu, que sempre estou disposta ou pelo menos sempre sou chamada a ajudar alguém, sinceramente, não sei.

Eu tendo a achar que sempre é melhor dizer logo o que eu penso da situação, o que eu faria, o que eu mandaria à merda, o que eu preservaria, o que mudaria. Mas nem sempre dá pra dizer isto assim, na cara das pessoas. Aí elas te apresentam soluções que tu sabe que não vão dar certo e a gente meio que concorda e tudo continua igual.

Raramente, mas raramente mesmo eu peço ajuda pra alguém. Eu não sei por que, mas isto nunca passa pela minha cabeça. No máximo, as pessoas oferecem e eu aceito ajuda. Quando eu precisei mesmo, procurei um psiquiatra. Eu acho melhor não precisar e não pedir ajuda. Mas às vezes eu penso se os meus amigos, quando eu digo ou demonstro isto, não acham que eu to fazendo um pedido de ajuda cifrado.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Solidão

Cá estou, desta vez pra comentar uma história pra lá de instigante (exagero Fagundes). Uma amiga minha conta que numa semana transou com quatro caras diferentes. Todos ela já tinha transado outras vezes; com dois ela mantém um caso permanente; com um, um caso mais ou menos permanente e com um era a segunda vez que rolava.

Ela gosta dos quatro. Não é apaixonada por nenhum - pelo menos, ela acredita nisso - mas se sente bem com todos. Dois são coroas, da idade (nossa )dela, e dois têm vinte e poucos anos. Em termos de sexo propriamente dito, ela admite que os jovens estão em situação de vantagem.

Pois esta minha amiga, que tenta levar a vida, digamos, livremente, recebeu um e-mail de um conhecido da academia, com quem ela não tem a menor intimidade, dizendo "que uma gata como ela não merecia estar sozinha". Ironia do destino, o e-mail foi enviado na mesma semana em que encontrou os quatro.

Sozinha?

Ela pensou sim, sozinha, e daí?

Ninguém acredita, mas a minha amiga gosta de ser sozinha, gosta de flertar com com ela bem entende, dar pra quem ela quer, não dar quando não tá a fim, enfim, viver a vida e ponto. E de repente, um cara que ela mal conhece está lamentando porque ela está sozinha.

Realmente, é difícil viver um pouco fora dos padrões. Tem que ter cara de pau.

Pra minha amiga, solidão não tem este sentido de sofrimento. Solidão, pra ela, tá ligada com independência, autonomia, maturidade.

Eu me lembro de quando eu era adolescente, que adorava estar sempre em bando. Aos poucos este bando foi diminuindo, depois vivi em torno do bando dos filhos. Agora, como a minha amiga, me dou a luxo de desfrutar as maravilhas da solidão e reclamar das coisas chatas de estar sozinho sem precisar explicar nada pra ninguém.

domingo, 8 de junho de 2008

Melhorar

Eu vou me apresentar dançando daqui a um mês. Isto é uma coisa totalmente nova pra mim. Eu não domino a coreografia, as partes que eu domino eu faço sem graça e, quando acaba, sinto uma espécie de alívio, um misto de terminou com consegui.

Fazer os movimentos, pra mim, é algo tri difícil. Eu sempre adorei dançar, música, o impacto da música no corpo, mas uma coisa livre, onde eu não tivesse que seguir uma ordem no movimento. Numa coreografia, tem que estar tudo na hora certa, sincronizado, mas às vezes eu simplesmente não consigo.

Eu me preocupo porque acho que isto deveria estar me precupando muito mais. As vezes, eu acho que já fui tão exigida na vida, que tive achar tantas respostas, que não me sinto mais na obrigação de cumprir nenhum tipo de expectativa. Se eu já tive que provar que sou ou era boa num monte de coisas, porque não assumir que eu sou ruim em alguma (s) coisa (s) e daí?

O que não quer dizer que eu não tente melhorar. Mas enquanto eu melhoro, as minhas colegas melhoram muito mais, ou seja, elas sempre serão melhores do que eu.

Desde o primeiro ensaio, percebi que seria assim. Mas não desisti. Achei que seria educativo ser a pior num grupo, ter a chance de encarar isto numa boa. O problema é que as pessoas não aceitam que tu aceite a tua ruindade. Tem sempre uma cobrança para melhorar, o que não deixa de ser bom porque aí a gente melhora.

Sempre, na minha vida, eu fui obrigada a melhorar.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Trabalho

Hoje passei o dia trabalhando em casa. Na verdade, desde ontem à noite estou trabalhando, lendo e escrevendo para fazer um jornal. Eu sei que é meio estranho estar trabalhando até agora. No mínimo, significa que não tenho nada melhor para fazer, ou que é uma coisa absolutamente urgente.

Só que nenhuma das duas coisas é verdade. Eu até poderia dar um (ou uns) telefonema e arrumar algo melhor. Neste caso, não há nem controvérsia. E sobre a urgência, esta é uma situação extremamente relativa onde eu trabalho.

Mas este é um jornal que tá empacado há dias e quando a coisa fica muito enrolada, gosto de resolver de uma vez. E eu fiquei em casa, trabalhando em cima da cama, longe do frio, do telefone, de gente confusa, de gente chata, mal-humorada, de gente pedindo, vendendo, ah, principalmente de gente vendendo.

O meu quarto conferiu até um certo prazer ao ato de trabalhar, coisa rara hoje em dia.

domingo, 1 de junho de 2008

Acreditar

Hoje me animei lá pelo meio da tarde e peguei um cineminha. Na verdade, eu achava que não ia gostar e não gostei mesmo. Mas lá pelas tantas, uma personagem é acusada de acreditar em todo mundo. Ela responde que quem não acredita em ninguém é que deve começar a acreditar.

Eu costumo dar esta resposta com freqüência porque também sou acusada de acreditar em todo mundo. Até em quem me sacaneia eu continuo acreditando. E não me decepciono com ninguém por isso.

É que cheguei num ponto que acredito que as pessoas, qualquer pessoa, são capazes de fazer qualquer coisa entre os limites do mal e do bem. Então, raramente me surpreendo.

Talvez esta seja uma forma de não acreditar em ninguém.

O filme que falei é o Beijo Roubado. Tem cenas legais, tem um estética moderna, um Jude Law maravilhoso, a música, também maravilhosa, mas tem um romantismo que isto sim, definitivamente, eu não acredito.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Rotina

Sexta-feira gelada. Primeiro friozão deste ano, daqueles pra gente lembrar que o inverno ainda existe. Pra mim, podia ser o primeiro e último. Minha disposição se reduz a quase nada com este tempo hostil.

Mesmo sem vontade, cumpri a rotina diária de trabalho, almoço, trabalho, lanche, ginástica, mais lanche. Depois de uma discreta descansada na frente da estufa e animada pelo calor, criei coragem a dei uma arrumada no meu quarto. Única tarefa do dia que fugiu à rotina diária.

domingo, 25 de maio de 2008

Domingo

Final de domingo, um dia que muita gente não gosta. Não é o meu caso. Pra mim, o domingo só tem um inconveniente; significa que amanhã é segunda e a vida volta ao anormal. Termino a semana - na verdade ainda tenho algumas horas pela frente, então há tempo de evitar isto - com pelo menos duas pendências; uma série de 270 abdominais e dar um jeito no meu quarto, que tá no seu caos característico. Talvez eu ainda faça os abdominais. O quarto, desisti.

Amanhã eu tenho muito trabalho e não adianta, tem que encarar. As coisas que a gente é obrigada a encarar têm esta vantagem, a gente não pode fugir. Eu não costumo fugir, mas gosto de pensar que esta possibilidade existe.

Aliás, ontem eu vi um filme sobre isto; um cara que mandou tudo à merda. Uma pessoa com uma visão mais ortodoxa da vida diria que ele fugiu. Eu diria que ele procurou experimentar outras alternativas.

Eu sempre tive vontade de experimentar outras alternativas e, graças à vida, hoje tenho mais coragem para isto.

Poucas coisas me metem medo.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Deslumbre

Bem depois de um longo período de descanso, volto a falar sobre os e-mails que recebo dos amigos.

Hoje, uma amiga minha me disse o seguinte:

"O final de semana tá bombando e recuperei boa parte da auto-estima perdida nas últimas semanas. Tá certo que ela não tava tão em baixa assim, mas, de qualquer forma, é bom se sentir bombando, em paz, feliz.

Em primeiro lugar, eu tô me sentindo uma privilegiada, em cima da cama, escrevendo, estréia do meu laptop e da minha rede sem fio. É muito bom.

Depois, aquele meu amigo do meu trabalho acabou de sair daqui e ele tem o poder de me deixar assim, mole e achando a vida maravilhosa.

Pena que eu não consegui ver um filme que eu queria muito ver, Não achei o controle remoto do DVD. É foda, eu sempre perco as mesmas coisas: controle remoto, tesoura, termômetro, pinça.

Também eu queria fazer um monte de coisas quando chegasse em casa; ler, escrever, ver o filme, arrumar algumas coisas. Acabei adiando tudo por causa da visita.

Depois, dançou o DVD, rolou o e-mail e, mais tarde, talvez, a noite termine com um livrinho.

Eu, realmente, sou uma deslumbrada pela vida, mas acho tudo isto perfeito".

Até.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sexo é vida

Uma amiga minha me conta o seguinte:

"Eu gosto de pensar no que aconteceu, no que não aconteceu, no que pode acontecer, no que eu quero que aconteçca, no que eu não quero que aconteça, enfim, em todas as possibilidades. E agora penso no que está acontecendo. Aconteceu que eu não tive medo e me abri para o novo. E bota abrir nisto. E bota novo nisto".

Ela tá transando com um cara do trabalho dela. Ela continua.

"O cara é o máximo; canalha e pobre, mas é o máximo. Fora os pais dos meus filhos, acho que é o cara que eu mais tive tesão. E tem que considerar que com eles tinha amor, família, estas coisas que aumentam os vínculos, mas também afastam. Eu penso – talvez mantendo um romantismo fora de hora – que deve ser amor, um outro tipo de amor, mas amor".

Minha amiga acha que se todas as mulheres tivessem a oportunidade de transar com um homem assim, o mundo seria melhor.

"Não tenho dúvidas de que sexo bom deixa a gente mais feliz, portanto mais imune aos sentimentos negativos e (auto) destrutivos. Só eliminando estes dois estados de espírito, a vida fica mais leve e tudo mais fácil.

Na verdade, só tô falando o óbvio. Tenho certeza de que todo mundo sabe disto. Só que umas pessoas permanecem com muito medo (um pouco, pensando bem, é saudável). Aí, a vida passsa. E só vai restar acreditar na reencarnação".

É isto aí geente!

Natal

Depois que quase um mês, volto aos meus comentários. Hoje, penso que adoro esta época do ano. Se eu tive um ano baixo-astral, eu fico feliz porque está acabando e vai melhorar. Se eu tive um ano bom, eu fico feliz porque as perspectivas são melhorar ainda mais. Eu, definitivamente, me tornei uma pessoa otimista.

Eu gosto de dar presentes, de receber presentes, de comprar presentes, de trocar presentes, de pensar nos presentes, de arrumar os presentes, de abrir. Se tu dá presentes é pq tu gosta das pessoas; se tu recebe é pq gostam de ti. Gostar e ser gostado, taí um lance legal.