segunda-feira, 23 de junho de 2008

Solidão

Cá estou, desta vez pra comentar uma história pra lá de instigante (exagero Fagundes). Uma amiga minha conta que numa semana transou com quatro caras diferentes. Todos ela já tinha transado outras vezes; com dois ela mantém um caso permanente; com um, um caso mais ou menos permanente e com um era a segunda vez que rolava.

Ela gosta dos quatro. Não é apaixonada por nenhum - pelo menos, ela acredita nisso - mas se sente bem com todos. Dois são coroas, da idade (nossa )dela, e dois têm vinte e poucos anos. Em termos de sexo propriamente dito, ela admite que os jovens estão em situação de vantagem.

Pois esta minha amiga, que tenta levar a vida, digamos, livremente, recebeu um e-mail de um conhecido da academia, com quem ela não tem a menor intimidade, dizendo "que uma gata como ela não merecia estar sozinha". Ironia do destino, o e-mail foi enviado na mesma semana em que encontrou os quatro.

Sozinha?

Ela pensou sim, sozinha, e daí?

Ninguém acredita, mas a minha amiga gosta de ser sozinha, gosta de flertar com com ela bem entende, dar pra quem ela quer, não dar quando não tá a fim, enfim, viver a vida e ponto. E de repente, um cara que ela mal conhece está lamentando porque ela está sozinha.

Realmente, é difícil viver um pouco fora dos padrões. Tem que ter cara de pau.

Pra minha amiga, solidão não tem este sentido de sofrimento. Solidão, pra ela, tá ligada com independência, autonomia, maturidade.

Eu me lembro de quando eu era adolescente, que adorava estar sempre em bando. Aos poucos este bando foi diminuindo, depois vivi em torno do bando dos filhos. Agora, como a minha amiga, me dou a luxo de desfrutar as maravilhas da solidão e reclamar das coisas chatas de estar sozinho sem precisar explicar nada pra ninguém.

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