quarta-feira, 30 de julho de 2008

Justiça

Ligo a TV e dá direto num programa sobre traição. Ah, este tema logo hoje que uma amiga ligou pedindo um conselho sobre um caso que envolve muitas traições. Não só as clássicas traições sexuais, mas traições emocionais, financeiras, familiares; a traição da confiança.

A falta de sinceridade sempre me incomodou. Não é por moralismo, mas é foda não poder confiar em alguém. Minha amiga foi casada por 12, 13 anos. Depois de separada, continuou tendo um caso com o ex-marido por seis anos. Antes de casarem, eles já tinham uma história há algum tempo. O caso, então, tem mais de 20 anos.

O ex-marido da minha amiga dizia que era homem mais fiel do mundo; minha amiga acreditava. Ele jurava que ela nunca tinha tido namorado ou marido mais fiel; ela acreditava. Ele garantia que, se ele traísse, ela seria a primeira a saber. Ela acreditava.

Quando veio à tona que o cara tava mentindo quando reafirmava sua honestidade, eles se separaram. Nos últimos seis anos, certamente minha amiga transou mais com o ex-marido do que com qualquer homem. Ele continuou traindo a sua confiança. A direferança é que, agora, ela se considerava preparada para qualquer coisa. Até para as mentiras dele.

Agora, ele acusa ela de estar traindo ele por causa de dinheiro. Ela admite que o que ele pede é justo. Mas pensa se seria justo ser justa com quem não foi justo com ela. Ela tem dilemas éticos sobre justiça. Ele disse que está cagando para o que ela sente. Ela, finalmente, se sente livre deste homem.

Agora ele sabe como é brutal o sentimento de ser traído logo por quem a gente mais confia.
Ela não acha justo com ela, mas vai dar o que ele está pedindo. Não tudo, para ser justo no final das contas.

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