- Tu tens problema de inspiração?
-Não
-E de auto-estima?
-Também não
Irene estranhou as perguntas, mas respondeu com a sinceridade habitual. Afinal, estes problemas ela deixou lá atrás.
Era uma oficina literária, mas funcionava como um tipo de terapia em grupo. O desafio era ser anti-clichê o que, vamos combinar, é outro baita clichê. Adepta da filosofia que lá tá que lateje, Irene resolveu ser totalmente clichê o que, também vamos combinar, não deixa de ser anti-clichê.
Lá pelas tantas, o coordenador da oficina falou que escrever que mulher gosta de pau duro é clichê. Irene ficou preocupada; pelo rumo da conversa a próxima afirmação seria que homem ficar de pau duro é clichê. Bem, aí não ia bastar discordar. Irene ia ser obrigada a se retirar.
Tudo isto porque Irene anda fantasiando com o moreno jumbo que come a sua empregada. Mais especificamente com o jumbo do moreno. Feliz da Rose que não sabe o que é clichê.
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