quarta-feira, 23 de março de 2011
Irrelevâncias
Vivian achava que a Liz Taylor nunca ia morrer e isto, de certa forma, dava alguma esperança de eternidade, mas hoje isto se desfez mais uma vez e mais uma vez ela se dá conta de como tudo é irrelevante diante do fim.
Ela teve um dia arrastado, onde precisou tirar energia não sabe de onde para deixar o mínimo possível pra amanhã. Por que não deixar pra depois? Porque depois as coisas se acumulam. Azar. Aí vira um caos. Aperta o botão do foda-se. O problema é que, quando opta por esta solução, geralmente a única pessoa que se fode é a própria Vivian.
Vivian tem uma vida legal, mas regrada por obrigações que ela gostaria de se desincumbir. Se fosse uma pessoa mais livre, Vivian tem certeza que seria mais feliz. Ter que passar 12 horas diárias fora de casa, seja trabalhando, no trânsito, na academia, no super, pagando contas, pra ela é algo cada vez mais sem sentido se ela pensar naquilo que ela gosta de fazer.
Agora, por exemplo, Vivian pensa, inconformada, que ainda precisa escovar os dentes, lavar o rosto e passar o kit noturno de cremes anti-rugas. Seria bem mais fácil se atirar em algum espaço da cama e dormir mas, uma falha no seu espírito anárquico, ela gosta de tirar 10 com estrelinha no final do dia.
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Um comentário:
Diante do fim o que sobra? Talvez as irrelevâncias vividas.
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