terça-feira, 26 de abril de 2011
Bola rolando
Entre lavar a louça suja, guardar as roupas atiradas por todo quarto, procurar recibos para o imposto de renda, botar roupa na máquina, recolher a roupa seca, e mais uma lista interminável de serviços domésticos pela frente, Liana resolve não fazer nada, pelo menos de imediato. É raro ela estar em casa nesta hora, mas hoje chegou cedo, com planos de cumprir algumas tarefas que ela sempre adia. Parece que, mais uma vez, tudo vai ficar pra amanhã.
Liana tinha pensado em sair com Mauro, mas tem jogo e o cara, a esta hora, deve estar na frente da televisão vendo o time, até agora, perder. Eles deixaram o encontro pra amanhã; bah, a faxina vai ter que ficar para depois de amanhã. Melhor trocar; faxinar amanhã e encontar com Mauro depois de amanhã.
Liana liga a TV e vê que o jogo tá uma merda. Os jogadores não têm a opção de parar a partida e continuar amanhã. Mauro e Liana tiveram esta possibilidade, mas a vitória também não está assegurada. O time vai ter que se puxar!
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Dualidades
Alice nunca imaginou por veneno na vagina pra matar um homem, mas já teve vontade de eliminar uns dois ou três. Dois, ela tem certeza. O primeiro, lá atrás, dizia que ela era uma fracassada e estava condenada ao limbo. O outro, bah, do outro ela não quer nem falar. O ódio passou, mas o nojo permaneceu.
Quando leu que uma mulher se lambuzou (polvilhou?) com veneno antes de induzir aquele que ela desejava morto a chupá-la, a primeira reação de Alice foi pensar – que moça criativa; logo depois, o raciocínio lógico – o cara devia estar infernizando muito a vida desta mulher, quase se fudeu.
Passado o susto inicial com a originalidade do fato, Alice concluiu que, se ela fosse a tal mulher, daria logo um tiro no elemento; ou melhor, contrataria um matador de aluguel. Para Alice, seria mais difícil sentir aquela língua asquerosa (supõe-se que a mulher da notícia tivesse horror da vítima) dentro dela do que dar cabo da vida sujeito.
Alice acha que a mulher da notícia gostava de dar para aquele homem que, agora ela ela odiava, mas, provavelmente, um dia já tinha amado. A conhecida dualidade levada ao extremo; Eros e Thanatos em ação; mais uma forma de usar o sexo para matar foi lançada. Tomara que ninguém invente de copiar.
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