quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dualidades


Alice nunca imaginou por veneno na vagina pra matar um homem, mas já teve vontade de eliminar uns dois ou três. Dois, ela tem certeza. O primeiro, lá atrás, dizia que ela era uma fracassada e estava condenada ao limbo. O outro, bah, do outro ela não quer nem falar. O ódio passou, mas o nojo permaneceu.

Quando leu que uma mulher se lambuzou (polvilhou?) com veneno antes de induzir aquele que ela desejava morto a chupá-la, a primeira reação de Alice foi pensar – que moça criativa; logo depois, o raciocínio lógico – o cara devia estar infernizando muito a vida desta mulher, quase se fudeu.

Passado o susto inicial com a originalidade do fato, Alice concluiu que, se ela fosse a tal mulher, daria logo um tiro no elemento; ou melhor, contrataria um matador de aluguel. Para Alice, seria mais difícil sentir aquela língua asquerosa (supõe-se que a mulher da notícia tivesse horror da vítima) dentro dela do que dar cabo da vida sujeito.

Alice acha que a mulher da notícia gostava de dar para aquele homem que, agora ela ela odiava, mas, provavelmente, um dia já tinha amado. A conhecida dualidade levada ao extremo; Eros e Thanatos em ação; mais uma forma de usar o sexo para matar foi lançada. Tomara que ninguém invente de copiar.

Nenhum comentário: