quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Bipolar

Antes de abrir o computador, eu tava lendo uma matéria sobre gente bipolar. Uma matéria velha, de sábado passado. Antes ainda, eu tava fazendo uma mini faxina no meu quarto. Não terminei nenhuma nem outra. Já tô em dúvida se tenho mania de deixar tudo pela metade ou se isto é só um detalhe sem a mínima importância.

Eu não me acho bipolar, ou talvez eu seja uma bipolar normal, sem os tais extremos. Mas é estranho; eu me acho uma pessoa de extremos mas não me acho bipolar.

Hoje foi um dia corrido, tinha muita coisas pra fazer - trabalho, ginástica, médico, encomendas, bah, horrores de coisa. Eu tava planejando chegar em casa e me atirar na cama. Mas quando eu cheguei, a milha filha tinha gravado uma música, que ela compôs letra e música pra mim. Tem uma parte que diz, bom fim e alegrete, um gênio do cacete. Depois de ouvir, me liguei e resolvi continuar o post daquele outro dia. É outro assunto, mas é a mesma vida. Então todos os posts são a mesma coisa, uma continuação dos outros.

sábado, 10 de novembro de 2007

Elas que são loucas?

As histórias são na primeira pessoa, mas não quer dizer que sou eu. Pode ser com qualquer um, mas são verdadeiras.

Não tá fácil encontrar posição. Computador em cima na cama e a gente meio sentada, meio deitada, meio de lado, não é lá muito confortável. O teclado também não tá ajudando, acho que tá desconfigurado, mas o fato é que os acentos não estão nas teclas indicadas. Mas o que aconteceu hoje precisa ser contado. E juro; é tudo verdade.

Eu tava com um cara que eu vinha saindo há uns meses e tocou o telefone. Não era a primeira vez que a gente tava junto, na minha casa, e o telefone tocava; às vezes o celular dele, às vezes o meu convencional. Quando era no convencional, ninguém falava nada; no celular às vezes ele falava.

Eu sempre achei que isto era coisa de mulher, é óbvio. Mas a situação foi chata e cômica; meio divertido, mas eu tenho que admitir que fiquei com um certo medo.

Pra resumir a coisa, ele tava aqui e tocou o telefone; atendi e ninguém falou nada. Na segunda vez, eu falei pra ele atender porque eu achava que era a mulher dele, disse meio de brincadeira. Ninguém respondeu de novo. Na terceira vez, atendi e a voz disse que queria falar com o Paulo, vamos chamá-lo assim. Eu passei o gancho, eles conversaram, se não me engano vi ele concordando com ela. Quando ele ia desligar, peguei o telefone para falar com a mulher. Ela me disse que era mulher dele há quatro anos, que ele era um baita salafrário e que tinha acabado com a vida dela.

A conversa continuou. A gente falando e o cara ali, parado, apavorado. Eu me desculpando com a mulher, dizendo que não sabia que ele casado; ela me chamando de sem-vergonha. Lá pelas tantas, a mulher me disse que o cara tentou matá-la. Aí, sim, eu comecei a ficar com medo. Pedi pro cara ir embora e a pinta ali me perguntado – o que ela te falou? Pegou e desligou o telefone enquanto eu tava falando com a mulher e aumentou o meu medo. Abri a porta e chamei o elevador; fui obrigada a descer junto para abrir a porta. No elevador, tarde da noite e só nós dois, o cara começa a abrir a mochila e aí eu penso que ele vai pegar a faca, o revolver, o canivete e ele pega o cigarro. Abro a porta do edifício, dou tchau e subo correndo e mais calma por estar sozinha.

Detalhe: durante todo o tempo, o cara negou que era casado. Ele não chegou no auge de dizer que não conhecia a mulher, mas, é lógico, disse que ela era uma louca.

Outro detalhe: quando eu voltei, o telefone tava tocando de novo. Atendi e fiquei conversando com a mulher. Desta vez, sem o cara para nos interromper.