sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Só as clássicas
Ela sabia que o caso era terminal, estava preparada, mas tinha esperança que acontecesse um milagre, que a justiça do merecimento, desta vez, fosse mais forte. Mas tudo aconteceu conforme o previsto e ela perdeu.
Minha amiga, coitada, vive fazendo diagnósticos sem noção da realidade; está sempre acreditando no impossível. Agora, me contando isto, ela associa esta mania à doença da mãe, que morreu quando ela tinha oito anos. Ela sabia que a mãe não ia resistir a um câncer, mas confiava que no final elas conseguiriam enganar a morte. Na verdade, quem ia salvar a mãe era a minha amiga. Um caso clássico da megalomania infantil.
Os anos passaram, a megalomania foi substituída por uma leve bipolaridade entre a euforia e a depressão, mas esta característica continua lá, intacta; minha amiga achando que vai salvar alguma coisa, até mesmo a humanidade. Talvez um clássico caso de demência senil.
Eu juro que gostaria de chamar este post de Pequeno Ensaio sobre a Cegueira, mas acho que aí seria um caso clássico de...o quê mesmo? Esquizofrenia juvenil, deve ser este o problema.
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Um comentário:
Sem Concordar com o diagnóstico final, gostei muito. Um amigo me falou certa vez (sobre um caso parecido com este de sonho de salvar alguma coisa, apesar da realidade estar ali provando a impossibilidade), de pacto com a esperança, que a gente faz sem sentir.
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