A decepção é sempre difícil para Flávia. Claro que, agora, ela sofre muito menos do que há dez, vinte, trinta anos atrás. Aos 16, talvez, tenha sido o auge. Ter que se impor pra não se fuder foi foda. Aos 26 e aos 36, ela também lembra de sofrer bastante. Aos 40, parou de sofrer. Foi uma decisão racional. Tava de saco cheio de sofrer. Só abre exceção quando é muito grande a decepção.
Flávia teve uma enorme decepção na semana passada. Mas o sofrimento deu lugar a uma raiva maior que a decepção. Tem a impressão que, a qualquer momento, o Hulk pode assumir o lugar dela e fazer todo o estrago que ela acha que tem que ser feito, que ela queria fazer, mas é detida por um sentimento de superioridade que ela odeia.
Nestas horas, pensa, nada como a velha e boa chinelagem. Mas ela gosta de ser coerente com alguns mínimos princípios e resolve ignorar. Mas a vontade de detonar continua. Na verdade, ela tem passado os dias controlando esta vontade. E tá conseguindo, ainda bem.
quarta-feira, 11 de março de 2009
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