domingo, 28 de setembro de 2008

Vinte e nove

Daqui a pouco é 29 de setembro e eu vou me mudar. Essa noite é a última que durmo neste apartamento. Nos últimos treze anos, foi aqui que eu dormi a grande maioria das vezes.

Eu desconfiava, mas arrumando as coisas da mudança confirmei. Encontrei o convite do meu casamento com o André que, há 24 anos, foi no dia 29 de setembro. E no dia 29 de setembro de 2002 eu me separei do Tarson.

Provavelmente uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas talvez as mudanças mais importantes da minha vida tenham ocorrido neste data. E amanhã é dia de encarar mais uma.

Algumas amigas se ofereceram para me ajudar. Eu nem sei por que, mas quis fazer tudo sozinha, mesmo sabendo que, se eu aceitasse uma força, o trabalho de encaixotar e enrolar as coisas seria mais rápido e menos cansativo. O óbvio.

Agora, eu tô tri cansada, mas em paz. Será uma boa última noite.

domingo, 21 de setembro de 2008

Família é foda

Mariana

Porto Alegre Calling – Londres, pra que te quero?

Podem invejar! Conheci a Amy Winehouse brasileira: Mas claro, numa versão socialmente melhorada, musicalmente mais abrangente, com o mesmo visual sexy porém não junkie e com uma voz que não desafina nunca – nem em Let it Be. E que quebrou o mito que por muitos anos construí a respeito de namoradas de roqueiros.

Ao ouvir a voz e contemplar o visual da Mariana Martinez ontem no Cult Bar (ali do lado do Parcão – um amor, por sinal), namorada do guitarrista da banda Identidade, descobri que quem namora roqueiro, e no caso – roqueirA, é ele.

E Londres, pra que te quero? Se posso ouvir Mari Martinez cantando Beatles e Stones, "derrentendo torrões de açúcar" num barzinho mais do que cult? Colocou Marianne Faithfull no chinelo. (Tomara que as groupies agora tenham nova inspiração, porque a nova geração de namorada de roqueiro é roqueira também e deu um fim aos relacionamentos superficiais).

Mariana Martinez. Logo, indicação do seu LastFM.Quero mais. As músicas próprias principalmente.

[Foto: "Trabalho demais pra me enfeitar" - em visual nerd, pra ser levada a sério.]

Comentário da Gabriela, amiga da Mariana sobre show da Mari e do Cabelo, quinta-feira passada.

sábado, 13 de setembro de 2008

Fora da casa

Não sei direito que horas são. Só sei que é tarde e eu tô podre. Acabo de chegar de uma festa, do aniversário de uma amiga minha. Lá, ouvi uma história que daria um bom curta. E, mesmo cansada, não resisti e abri o computador para registrá-la.

Uma amiga tomou duas, talvez três, cervejinhas em lata e ficou um pouco mais do que alegrinha. Quando chegou em casa, não encontrou chave. Botou a bolsa abaixo e nada. Mas o acaso deu uma força e um amigo que ela tinha saído umas vezes ligou quando ela tava sentada na frente da porta, com tudo que tinha dentro da bolsa no chão, pensando em ir para um hotel. O convite pra ir pra casa do cara não podia ser mais apropriado. Ela pegou o carro e foi.

Cinco minutos depois que ela chegou na casa do amigo eles já tinham transado e o celular do cara não tinha parado de tocar. O convencional também. Meio zonza, ela disse para ele atender. Ela já tava meio sonada quando o amigo disse que era uma amiga dele que tinha deixado a chave da casa dela com ele porque iria viajar. Só que a guria não tinha ido viajar e queria a chave pra poder entrar em casa. Quase dormindo, minha amiga perguntou se poderia dormir ali. A resposta - sim - ela nem ouviu; já tava ferrada no sono.

Quando ela acordou, viu que estava sozinha na casa. Pegou o celular para ver as horas e viu que tinha uma mensagem do cara dizendo que ia ficar na casa da outra amiga e que, quando ela fosse embora, só encostasse a porta.

Ela pensou na coincidência que fez este cara encontrar duas mulheres sem chave na mesma noite e começou a se arrumar para ir embora. Era bem cedo, nem 7 da manhã, e ela pensou que a porta do edifício deveria estar trancada. Desceu, conferiu e, realmente, a porta da frente tava chaveada. Ela não teve outra alternativa. Pegou a chave que estava na porta do ap e foi embora. Antes, deixou um bilhete para o amigo contando que tava com a chave dele e pedindo que ele ligasse para que ela pudesse devolver a chave. Que confusão.

Às duas da tarde o cara ligou. Ainda não tinha chegado em casa e queria saber se minha amiga estava bem e se ainda estava lá. Ela falou que teve que levar a chave dele e que queria devolver. Ele disse que tudo bem, que tinha uma cópia, que qualquer dia ela faz a devolução.

Todo mundo fora da (de) casa.

domingo, 7 de setembro de 2008

Jovens

Final de domingo. Um frio do caralho e eu tenho que terminar um trabalho. Tomo um café que podia estar mais quente e vou direto para o computador. Mas uma amigia minha liga e me disperso.

Ela tá saindo com um cara totalmente diferente dos caras que ela saiu e sai ultimamente. Um cara chique, bonito, inteligente, sofisticado. Como todo cara assim, meio metido, meio... bem, a gente não precisa entrar em tantos detalhes.

O sexo com o cara é legal e tem potencial. O problema é que o cara gosta de jovens. E minha amiga já passou dos 40 faz um tempinho. Minha amiga entende a atração do cara pelas pessoas que ainda não chegaram aos 30 ou estão longe disso.

Ela própria tem casos com homens de 20 e poucos anos. Mas ela não entende porque homens de 20 e poucos anos querem transar com ela. Não entende, mas aproveita que, nesta fase, não tem meio mole, meio duro.

Eu conheci o cara. Realmente, é um homem que chama a atenção. Charmoso, bonito. Digo pra minha amiga aproveitar. Brincando, digo pra ela mostrar pra ele o que as coroas têm. Mas sem muita convicção, admito.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Imaginação

Outro dia de chuva torrencial. O dia inteiro. Acho que só saiu de casa quem realmente precisava sair. Eu estou neste grupo.

Contra minha vontade, saí cedo, com um monte de coisas a fazer no decorrer do dia. Trabalho, papéis a receber, a entregar, a guardar, a botar fora. Muita coisa pra botar fora por causa da mudança que se aproxima.

Tento imaginar como será na nova casa. O legal é que sempre tenho uma boa impressão. No fundo, acho que sou uma pessoa com sorte. No mínimo, uma pessoa que acredita ser uma pessoa com sorte. Em último caso, uma pessoa que quer acreditar que é uma pessoa com sorte.

O nosso azar foi a nossa sorte, me disse uma vez o meu irmão, falando da nossa força. Umas pessoas acreditam que é uma fragilidade disfarçada de força. Eu prefiro pensar que é força. E, geralmente, tenho boa intuição.