sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Esperança

Luciana teve que admitir que não tava preparada para a pouca vontade de transar que o namorado demonstrava; o cara ou tava cansado, ou broxa, ou meio-broxa, ou meio-bêbado ou não gozava. A situação estava ficando complicada. Ela realmente tinha se enganado com aquele homem.

O gozado é que ela tinha certeza que o namorado era daqueles que ela poderia contar pra transar bastante, se sentir gostosa, fazer pequenas sacanagens, nada que adolescentes não façam neste milênio, rir, gozar, senti-lo gozar. Mas ela, mais uma vez, errou.

Luciana demorou para se conformar com a realidade. Afinal, o cara provocava nela a sensação oposta. Toda vez em que eles se encontravam, a primeira coisa que vinha no corpo dela era transar. E com os últimos homens que provocaram tanto a sua libido quem sempre teve que pedir para parar foi ela.

Minha amiga tem tentado racionalizar; afinal ela e o namorado têm outras afinidades existenciais e filósoficas. Talvez ela deva parar de pensar tanto em sexo, mas isto significa que ela vai ter que se transformar em outra pessoa e ela gosta do que é.

O mais estranho é que quando tudo funciona do jeito que ela queria que fosse sempre, a transa é perfeita; palavras e movimentos certos na hora mais certa ainda. Orgasmos de fazê-la ter ter certeza de que o paraíso existe e que ela está lá no meio. Também por isso ela ainda espera que alguma coisa aconteça e seu namorado note o seu desespero.

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