terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Finais

É muito bom tomar champanhe em plena terça-feira. Cláudia controla a vontade de abrir mais uma garrafa. Afinal, os amigos já foram embora e qualquer gole a mais, agora, só vai piorar o dia de amanhã.

Mas ela bebeu o suficiente para se divertir com a própria situação. Cláudia não dá uma dentro quando o assunto é homem. A última vez em que ela acertou foi, sei lá, há mais de vinte anos. A prova mais recente da sua sucessão de equívocos aconteceu há minutos. Seu até então namorado foi embora dando a entender que não pretende mais voltar.

Só que, duas semanas atrás, ele estava quase jurando amor eterno. Ele dizia que finalmente tinha encontrado uma namorada que combinasse tanto com ele. Cláudia até achava que eles não combinavam tanto assim, mas acabou acreditando que aquele amor era predestinado.

Santa ignorância. É por isso que Cláudia ri agora, morrendo de vontade de encher a taça vazia pra rir mais ainda desta mania - ou necessidade - de achar que o impossível vai acontecer. Como dizia um amigo meu, não adianta esperar outro desfecho; o titanic sempre afunda no final.

A notícia boa é que Cláudia sempre se salva; a ruim é que ela não se traumatiza com barco à deriva.

Um comentário:

alcides disse...

equivocos...
errar eh uma barbada.