Meia-noite. Chego em casa acendendo todas as luzes, ligando a TV, o computador, a ponta. Me atiro na cama sem saber direito o que vou fazer. A possibilidade de dormir direto está descartada. A conversa com uma amiga com quem combinei um almoço continua me dando o que pensar.
Gisele parece estar passando pela crise dos 30, dos 40 e dos 50 ao mesmo tempo. Pelo primeiro e pelo segundo trânsitos de saturno. Ela tem angústias de mulheres de todas estas fases e o pior; se identifica com as de 25.
Gisele gostaria de ainda estar atraindo os homens de 25, mas tem consciência de que isto não faz parte da ordem natural das coisas. Só que o sexo ainda é tão presente na sua vida quanto há 20 anos atrás; talvez até mais porque naquele tempo tinha muita energia concentrada nos filhos.
É óbvio que tem dias em que Gisele nem pensa em transar, dias em que os homens são seres assexuados. Mas, em compensação, tem outros que até aqueles manequins, em loja de langerie, a deixam excitada. Hoje mesmo, ao escrever enxotar, fazendo palavras cruzadas, sentiu logo aquele calor; imediatamente associou à xoxota.
Ontem, uma amiga, uns dez anos mais velha, disse pra ela se tranquilizar, que, aos poucos, isto ia passar. Outra, da mesma idade, disse, com a maior calma, que não transava há três anos. Raramente, ela pensava em sexo e, assim mesmo, muito rapidamente.
Gisele percebeu que aí está o verdadeiro problema. Ela não quer que isto passe.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
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