Minha mãe era uma desobediente. Uma mulher marcante pela personalidade e beleza. A história que talvez melhor simbolize a sua força seja quando, horas antes de morrer, rejeitou a extrema-unção e, furiosa, expulsou o padre do quarto.
Eu já imaginei esta cena algumas vezes. Minha mãe não estava conformada com a morte, por isto recusou o ritual final que o padre foi cumprir. Achava que era uma hipocrisia se render naquela hora em que queria viver. Achava uma injustiça morrer e deixar três filhas pequenas sem mãe.
Hoje, eu agradeço à minha mãe a filha que eu tenho. Uma outra mulher marcante pela personalidade e beleza. Hoje, de certa forma, a Mariana agradeceu à minha mãe a mãe que ela tem. Ela cantou a música 'Lulu' ali no meio da Redenção. Entre um povo espalhado, alguns amigos me abanavam emocionados. Eu olhava a Mariana e pensava na minha mãe. E na mãe que um dia a Mariana vai ser. Corajosa e verdadeira. O resto se ajeita.
domingo, 17 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
maravilhosa complexidade
maternidade.
parabens
Postar um comentário